Um bonequinho de Adorno ficaria bem. Nesse caso, uma vingança da indústria cultural que põe na linha de montagem e no esquema de mercado a figura mais ranheta contra a sociedade alienada de consumo. Tipo assim, um rap com citações de uma peça de Mozart. O que não seria novidade, pois um hit repetia nos oitenta "I like Chopin" (entram acordes fora de contexto). E um outro pedia que Beethoven fosse para o acostamento: Roll over, Beethoven - que aliás virou nome de cachorrão atrapalhado em filme norte-americano sessão da tarde. Feito para crianças de dez anos, por adultos com idade mental de... uns seis.
Mas aqui, não. A Lego não brinca em serviço. E seu serviço é miniaturizar figuras e cenas e carros. Vejam outros bonccos filosofantes nos sites http://www.flickr.com/photos/helico/362481791/ + http://www.flickr.com/photos/helico/362481790/in/photostream/ Tem também Descartes, Averróis, Tomás de Aquino, Lao-Tsé e... Marx. Muito legal. Imaginem o que pode de render de conversa com as crianças, em torno da brincadeira e da coleção...
E atenção, pais e mães e babás que lêem blogs de filósofos que perdem tempo escrevendo sobre filósofos transformados em minúsculos bonecos! Crianças menores de 3 anos não devem brincar com o filósofo, pois podem engolir peças. No caso da boneca com a bandeira, a primeira peça a rolar é sua cabeça... (Omitam isso para crianças despreparadas) . E, como diria o Chaves ao Kiko: gente grande também pode engolir essas peças de brinquedos - mas não os desaforos da gentalha, gentalha!
PLOCON AVISA: cuidado com as imitações orientais. O legítimo Habermas escreveu Fakzität und Geltung e brilha de noite e de dia em todo o Ocidente social-democrata.
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Mais sobre a bonequinha Olympe de Gouges, na Wikipedia:
Olympe de Gouges, pseudônimo de Marie Gouze (Montauban, 7 de maio de 1748 — Paris, 3 de novembro de 1793) foi uma feminista, revolucionária, jornalista, escritora e autora de peças de teatro francesa. Os escritos feministas de sua autoria alcançaram enorme audiência. Foi uma defensora da democracia e dos direitos das mulheres. Na sua Declaração dos direitos das mulheres e da cidadã (em françês: Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne) de setembro de 1791, desafiou a conduta injusta da autoridade masculina e da relação homem-mulher que expressou-se na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão durante a Revolução Francesa. Devido aos escritos e atitudes pioneiras, foi guilhotinada na praça da Revolução, Paris.