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sábado, 14 de abril de 2012

DINHEIRO? PRA QUÊ DINHEIRO?!


Estivemos estudando a fórmula que dê conta do movimento do dinheiro, que promove a produção de mercadoria, que será vendida por mais dinheiro.

A fórmula dos economistas burgueses (D – M ... P ... M’ – D’ ) não satisfazia Marx, que mostrou a importância de desdobrá-la, para mostrar que o capitalista vai (com dinheiro) ao mercado e compra matéria-prima, ferramentas e... mão de obra.

Daí que, a bem da verdade e por meio da crítica ideológica, a fórmula explicitada fica bem melhor assim: D- M [FT+MP]... P ... M’ (M+m) – D’ (D+d).

Com isso, temos: o Dinheiro compra Mercadoria (Força de Trabalho + Meios de Produção) ... Produção ... Mercadoria produzida (com acréscimo de mais-valia) que pode ser trocada por dinheiro de venda (com acréscimo de lucro) – e as reticências indicam movimento.

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Filho de Casmério Martins e leitor de Olavo Bilac, seu xará

 
"Na época da revolução de 1930 ou 32, o dinheiro sumiu. Um peão trabalhava um dia no cabo da enxada em troca de um queijo. E tinha que suar a camisa uns três dias para pagar a própria enxada." (Depoimento do Tiolavo).
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“Antônio Luís Leite, 41, vai plantar roça de arroz, duas linhas (uma linha tem 25 braças quadradas), capina no alfanje (facão). Peão e servente, ganha 4,00 por dia. Em Teresina, é 5,00. Deixa dois sacos para plantar ano que vem. Leva colheita à máquina para pilar. Daí no bus pra Teresina, onde tem mulher e cinco filhos. Fez casa no meio da rua. Prefeitura notificou: Antônio trocou casa de lugar. Fez casa com dinheiro de diamante de Poxoréu, no Mato Grosso.” (Minhas notas de viagem, de ônibus, entre Teresina e São Luís, 14 de março de 2003)

Explicando: Não róla dinheiro nem contrato nessa transação medieval. O primo do Luís tem terra. Luís trabalha para ele do plantio até a colheita do arroz e não ganha um centavo; o primo fornece a comida e cede-lhe uma pequena gleba, onde Luis cultiva sozinho seu arroz, trabalhando no fim do dia e nos fins de semana. Depois da colheita principal, ele colhe sua parte. Aí reserva o arroz da planta, para o ano seguinte. Leva os grãos para Teresina, que vai comendo com a família durante o ano, além de trocar uma parte por peixe, cachaça, etc. a mulher dele, assim como tantas na região, vai para o mato colher coco de babaçu, cuja castanha também vale como moeda forte de troca o ano todo. E vejam que o grande projeto de construir uma casa, em terreno de invasão, foi bancado por um esporádico diamante.
É muito relativo dizer que os habitantes do Piauí sejam pobres, talvez os mais pobres do país. Na verdade, corre menos dinheiro ali. Todavia, eles, que fazem casas com folha de coqueiro, não ficam devendo dinheiro e juros nos bancos, como fazem os operários com suas casas de BNH.

Buenas, o google trouxe esse Adão Ferreira,
que bem pode ilustrar o Adam Smith, tchê!


Adam Smith já explicava essa relação de preços e escassez de dinheiro. Uma anedota mais ou menos assim: O queijo na ilha fulana custa a metade do que pagamos em Londres e não é porque lá esteja sobrando leite (mas faltando dinheiro corrente).


Sonho de fartura de Tiolavo e outros mineiros

Além do exemplo do agricultor piauiense – de vida tranqüila, aliás – podemos ver exemplos de relações sociais em que o dinheiro oficial do país é substituído por “moedas” simbólicas. Isso acontece em eventos musicais,acampamentos, Forum Social e cenários de relativa negação do capitalismo.
Eventos periféricos, dirão os economistas do mainstream.
E produzem tijolos ecológicos de solo-cimento.

O capitalismo não vai falir por causa de um grupo de ripongos, diriam os críticos. Na verdade, como no exemplo da iniciativa “Ação Moradia”, que envolve muitas pessoas e entidades, em Uberlândia, o que se quer com a moeda “hora ação” é fortalecer os laços de amizade e solidariedade na comunidade. Pois o dinheiro e a violência não são as únicas fontes de poder...

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