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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

AGÁ DE HABERMAS E DE HADDAD

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Antes que algum aluno ou colega me pergunte se eu vi na Folha, lá vai: sim, li a página inteira sobre a formação acadêmica de Haddad. Volta e meia ouvia que ele tinha estudado filosofia. Agora o resumo do histórico escolar de nosso recente ministro da Educação: Haddad graduou-se em direito, fez mestrado em economia e... doutorado em filosofia. Leva vantagem sobre muitos conhecidos da filosofia que gostariam de estudar economia. Habermas, inclusive - mas admitiu isso quando já era tarde. Eu jamais pensei em estudar economia. Ou quis isso tanto quanto queria ser arquiteto ou antropólogo. Pouco.

E aí revelou a Folha, publicada na capital onde Haddad quer ser prefeito, que durante o doutorado o aluno provocou celeuma na USP, ao criticar J. A. G., o conselheiro de FHC. Uma frase de efeito, sobre as boas perguntas e as péssimas respostas daquela pretensa estrela uspiana. Não vou entrar ainda no mérito dessas intrigas acadêmicas remotas, mas nem tanto.

Também significa pouco - exceto para o gênero jornalístico - que Haddad tenha criticado Habermas. Podemos atalhar o caminho, pois isso era de se esperar do orientador Paulo Arantes. Normal, para um hegeliano que não aceita a substituição da dialética pela reconstrução, que oscila entre conceitos binários. E para um marxista renitente, que ainda quer prestigiar a categoria trabalho.

Enfim, Haddad escreveu seu doutorado sob ponto de vista hegelo-marxista e, nisso, criticou Habermas. Ok. Não é motivo para não votar no homem. E criticou também o JAG. Aí, sim, mais um motivo para votar no homem.

No mais, se ele, paulista workaholic, quer valorizar o trabalho, então vamos votar no homem, para que ele trabalhe para melhorar uma cidade enorme e cheia de aposentados... Deixa o rapaz trabalhar!

Eu não voto em São Paulo, mas posso, de repente, contar com o saudável corporativismo do pequeno contingente de filósofos e também do minúsculo grupo de leitores de Habermas.

Na Alemanha, Habermas sempre esteve associado à Social-Democracia, mas... duvido muito que ele  votasse em Serra, que usa a sigla em SP.

Haddad prefeito, sim, mesmo sem a boa companhia de Erundina.

Este post não é apenas um apoio ao futuro prefeito Haddad. E nem é um mero exercício para desenferrujar este blog, meio travado por uma greve chata, como sempre são as brigas feias e desiguais.